
Certa vez comentei com um amigo que estava em dúvidas sobre qual carreira seguir: "acredite quando te dizem que a melhor profissão é aquela que, quando exercida com afinco, proporciona prazer e satisfação pessoal". Algumas pessoas já sabem desde cedo o que querem ser "quando crescer" e caminham ao encontro desse objetivo. Outras agarram-se às oportunidades que aparecem em sua frente e muitas vezes acabam encontrando o que nunca tinham procurado, se realizando pessoal e profissionalmente. Acho que me identifico mais com o segundo grupo.
Quando ingressei no curso de Letras queria ser tradutor e pesquisador literário. Ter me tornado professor foi uma consequência do conjunto de circunstâncias que o curso apresenta, mas foi como professor que sempre me realizei, atuando na área desde o início da graduação. Ainda na universidade participei, pela primeira vez de forma ativa, de movimentos político-estudantis em prol dos nossos interesses. Foi então que o desejo e interesse de atuar na vida política do meu país se apresentou da forma mais legítima e ingênua. Legítima porque não lembro ter experimentado tamanho sentimento cívico; Ingênua porque aprendi que por trás daquela luta, aparentemente desprendida, pairava a sombra dos interesses pessoais-partidários que sempre condenei e considero como grande culpado do atraso de nossa política. Essa decepção me desligou do movimento estudantil, me fazendo concentra-se na atuação em pesquisa e extensão. E essa atuação na extensão me levou até o Núcleo de Estudos Canadenses e à Assessoria de Intercâmbio da universidade onde, dentre outras coisas, atuei defendendo os nossos interesses frente à comunidade internacional.
A essas duas atividades, a primeira de caráter primordialmente político e a outra com forte teor político-burocrático, atribuo a origem do desejo de atuar como diplomata.
Viver no contexto global atual, frente à necessidade dos Estados de se relacionarem entre si multi e/ou bilateralmente e não ser sensível a esse movimento é praticamente impossível. A maioria das pessoas acompanha o destino do mundo através dos meios de comunicação. Outros fazem parte desse movimento ajudando nas tomadas de decisão que definem o curso da história. É neste último grupo onde quero figurar, sendo um elemento essencial na construção do futuro do meu país.
Na Entrevista Técnica do “Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia” fui arguido sobre os motivos que me levaram a escolher atuar como diplomata: "Por que um diplomata?", disse a entrevistadora. Apesar de estar tomado por um tremor, comum às entrevistas de trabalho, respondi com firmeza e objetividade: "Porque quero ser representante político do Brasil sem ter que me filiar a nenhum partido". Um ser político segundo o conceito aristotélico e inerentemente humano de política.
Muito boa a justificativa.
ResponderExcluirEspero que alcance o sucesso!!