domingo, 17 de abril de 2011

E Fukushima Daiichi como anda?...



O drama japonês parece estar longe de ser resolvido. Segundo informações da CNN, os engenheiros responsáveis em resolver a crise nuclear japonesa precisarão de pelo menos nove meses para desativar completamente os reatores que foram danificados da usina nuclear de Fukushima Daiichi, cenário do pior acidente nuclear desde Chernobyl.

Serão necessários três meses para baixar os níveis de radiação e restaurar o sistema de resfriamento da usina, como foi informado por Tsunehisa Katsumata, presidente da Tokyo Electric Power Co. Segundo ele, para que os reatores alcancem temperatura ideal para desativação, precisarão de mais três meses.

O plano anunciado no domingo foi a primeira agenda que a Tokyo Electric revelou para frear a crise em Fukushima Daiichi.

Há cinco dias o Primeiro Ministro Naoto Kan havia pedido à Tokyo Electric que desenvolvesse uma agenda para por um fim nesse desastre causado pela tsunami que seguiu o terremoto de 11 de março.

Texto adaptado por Rogerio Silva de http://news.blogs.cnn.com/2011/04/17/japan-plant-owner-at-least-9-months-before-end-to-nuclear-crisis/

sábado, 16 de abril de 2011

E como vai a África essa semana?...²




Nigéria

Os nigerianos irão às urnas esse final de semana para as eleições presidenciais após terem votado para a Assembléia Nacional no último sábado. O comparecimento dos eleitores parece ter sido surpreendentemente baixo em muitas partes do país. No entanto não se sabe se isso foi reflexo da votação ter sido adiada por uma semana, preocupados com a violência, ou é uma relativa indiferença aos resultados das eleições da Assembléia Nacional. Certamente, o interesse será maior para a disputa para a presidência e para governador.


Costa do Marfim

Alassane Ouattara tomou custodia de Laurent Gbagbo na segunda-feira e acabou com o impasse em Abidjan. Como Ouattara assume controle total sobre a Costa do Marfim, ele terá que negociar numerosos assuntos relacionados ao país, incluindo a potencial investigação da Corte Criminal Internacional. As nuances do conflito do país e as potenciais ramificações da intervenção estrangeira para derrubar Gbagbo continuam sendo discutidas – apesar de alguns pontos convincentes apontarem para um retorno calmo para Abidjan, o futuro da Costa do Marfim ainda continua incerto.


Uganda

Em Uganda as passeatas e os prootestos continuaram ontem em Kampala e outras cidades pelo país. Informações indicam que a polícia feriu o principal líder da oposição, Kizza Besigve com um tiro de bala de borracha, e as autoridades prenderam mais de 220 pessoas sob acusações que variam desde obstrução do tráfego, passando por organização de reuniões ilegais, até fomentação de violência. Balas de borracha, gás lacrimogêneo e equipamentos de força similares sugerem que o governo de Museveni está nervoso. Mas, até esse ponte, não está claro se essas demonstrações constituem um desafio sério para Museveni.


Quênia

Há rumores sobre a formação de uma nova aliança política se formando para as eleições de 2012. No mais, como a vizinha Uganda vem experimentando demonstrações populares relacionadas ao aumento dos preços dos combustíveis e dos alimentos, dados de uma pesquisa demonstram que os quenianos podem estar preocupados com assuntos similares em seu país: a maioria dos entrevistados (33%) apontou os preços dos combustíveis, dos alimentos e a pobreza como “os principais problemas” enfrentados pelo país. No entanto, não há indicações de que os eventos em Uganda se repetirão no Quênia.


Textos adaptados por Rogerio Silva de http://blogs.cfr.org/campbell/2011/04/15/what-were-watching-in-africa-this-week-5/

Será o fim dos velhos Cadillacs de Havana?...



Essa semana o Partido Comunista Cubano está em reunião pela primeira vez desde 1997. Em sua reunião inaugural como presidente, espera-se que Raul Castro proponha algumas reformas radicais, que incluem a permissão de venda de casas e acabar com o banimento da venda de carros. Isso significará o fim do Cadillac como rei das ruas cubanas? Segundo o mecânico Jorge Prats “esses carros são parte de nossa identidade nacional – como feijão, arroz e carne de porco”. “Cuidamos desses carros velhos americanos como se fossem membros da nossa família”, continua. Atualmente, só os privilegiados podem possuir carros em Cuba. Isso inclui artistas, atletas e médicos que tenham trabalhado fora do país.


Os cubanos adoram os carros americanos e possuem muitos deles – Cadillacs, Chevys, Edsels e Packard. Após a revolução de 1959, todos os fabricantes americanos pararam de vender seus carros para Cuba como parte do embargo dos EUA. Antes da revolução Cuba era o maior importador dos carros americanos. Hoje, só os carros comprados antes da revolução podem ser comercializados livremente em Cuba. Existem, atualmente, cerca de 150.00 carros americanos pré-1960 rodando em Cuba. E os mecânicos cubanos se tornaram uma lenda por suas inovações, conversões nos motores a diesel, improvisando peças sobressalentes, tudo para manter os carros rodando.


O governo cubano capitaliza essa nostalgia que satura as ruas de Havana permitindo que os turistas aluguem conversíveis antigos para passear pela cidade. Mas romantizar a fantasia de carros clássicos americanos é o mesmo que romantizar a época do embargo comercial imposto pelos EUA. E os cubanos preferem os carros fabricados nesse século.


Por traz das mudanças que atingem esse ícone, que simboliza o próprio regime cubano, existem questões muito mais complexas e não tão românticas.


Vale à pena relembrar algumas coisas para entender o escopo dessa nova “revolução”: em 2006, quando Fidel adoeceu, o poder provisório sobre Cuba foi passado para seu irmão mais novo Raul. Dois anos depois Raul é apoiado pela Assembléia Nacional para se tornar o novo presidente. Ele começa, então, a tomar controle do país para ter uma idéia de sua agenda de reformas, sobre quais áreas seriam seu ponto de partida. Nesses dois anos ele tem se concentrado em reformas econômicas, que significariam consequentemente reformas políticas, mas não seriam reformas políticas de forma estrita. O discurso cubano muda de tom e passa a adotar termos como produtividade e eficiência, abandonando a premissa de um estado que paga por tudo onde ninguém trabalha. A igualdade de oportunidades substitui a atual igualdade de bens para todos.


O mais importante é que no final do dia a principal prioridade do governo cubano é doméstica: criação de empregos, produtividade, educação, infraestrutura e uma revisão da expectativa popular sobre o que o estado pode ou não pode fazer.


Esse texto contem trechos traduzidos por Rogerio Silva de http://www.cfr.org/cuba/cubas-reform-minded-party-congress/p24682 e http://www.foreignpolicy.com/articles/2011/04/15/buena_vista_auto_club